ATA DA NONA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 07.02.1996.
Aos sete dias do mês de
fevereiro do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e
quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Artur Zanella, Dilamar Machado, Edi Morelli, Fernando Záchia,
Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Dib, João Verle, Luiz Braz, Henrique
Fontana, Mário Fraga, Reginaldo Pujol, Titulares, e Clênia Maranhão, Darci
Campani, João Motta e Jocelin Azambuja, Não Titulares. Constatada a existência
de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que
fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Oitava Reunião Ordinária, que
foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Luiz Negrinho, 01 Pedido de
Providência; pelo Ver. Reginaldo Pujol, 01 Indicação nº 02/96 (Processo nº
147/96) e 12 Pedidos de Providências; pelo Ver. José Valdir, Ofício s/nº
comunicando que Sua Excelência reassume a Vereança nesta Casa; pela Bancada do
PTB, Ofício s/nº informando que a partir de primeiro de janeiro do corrente
ano, a liderança do PTB será exercida pelo Ver. Luiz Braz; pelo Senhor Prefeito
Municipal, Ofício nº 62/GP comunicando que das quinze horas do dia oito de
fevereiro às dezoito horas e trinta minutos do dia nove de fevereiro do
corrente ano, Sua Excelência e o Senhor Vice-Prefeito Municipal ausentar-se-ão
da Cidade para participarem de encontro nacional do PT, convidando o Senhor
Presidente da Casa a assumir a titularidade do Executivo Municipal naquela
ocasião. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 05, 57, 58, 60 e 61/96, do Senhor
Prefeito Municipal, 01/96, do Deputado Estadual Sérgio Zambiazzi, 01/96, do
Ver. Juarez Molinari, Presidente da Câmara Municipal de Rio Grande, 01/96, do
Ver. Paulo Merten, Presidente da Câmara Municipal de Nova Boa Vista. Na
ocasião, o Senhor Presidente informou que a Sessão de Instalação dos trabalhos
legislativos ordinários desta ano ocorrerá no dia dezesseis de fevereiro. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib criticou o Executivo Municipal por
descumprir a legislação referente às respostas aos Pedidos de Informações
formulados por membros desta Casa. Na ocasião, o Senhor Presidente apregoou
Requerimento do Ver. Henrique Fontana solicitando Licença para Tratamento de
Saúde do Ver. Clovis Ilgenfritz na data de hoje. Em prosseguimento, foi
iniciado o período de COMUNICAÇÕES. O Ver. Mário Fraga teceu considerações
sobre obras realizadas no Bairro Belém Novo pela Administração Municipal. O
Ver. João Dib lembrou que, amanhã, transcorrerá o aniversário da rádio Gaúcha,
falando, também, sobre o perigo de deslizamento nos morros da Cidade ocupados
irregularmente. O Ver. Isaac Ainhorn reportou-se ao pronunciamento do Ver. João
Dib, discorrendo sobre a ocupação irregular da área verde do Morro Santa
Teresa. O Ver. Guilherme Barbosa teceu considerações sobre a ocupação irregular
de áreas verdes da Cidade, falando também, sobre a situação da rede de
abastecimento de água de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver.
Reginaldo Pujol reiterou suas preocupações com o sistema de abastecimento de
água da Cidade, discordando de alguns pontos exarados pelo Ver. Guilherme
Barbosa em seu pronunciamento. O Ver. Guilherme Barbosa rebateu críticas do
Ver. Reginaldo Pujol ao sistema de abastecimento de água da Cidade, discorrendo
sobre obras realizadas pelo Departamento municipal de Águas e Esgotos – DMAE.
Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Henrique Fontana discorreu sobre a situação do Hospital
Parque Belém, na Restinga e sobre a ocupação irregular dos morros de nossa
Cidade. O Ver. Reginaldo Pujol comentou as dificuldades do DMAE em ofertar água
potável às populações mais periféricas da Cidade. O Ver. Dilamar Machado
reiterou denúncias contra o Conselheiro Tutelar Alceu Rosa, que vem praticando
atos estelionatários à frente de uma cooperativa habitacional. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Ver. Edi Morelli reportou-se ao pronunciamento do Ver. Dilamar
Machado, falando, também, sobre a ocorrência de brigas de galo em dissonância
com o Código de posturas do Município. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Artur Zanella
discorreu sobre a situação do atendimento à saúde dos moradores da Restinga,
comentando, também, sobre o “quorum” para funcionamento da Comissão
Representativa. Às doze horas, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Mário Fraga, Edi Morelli e Reginaldo Pujol e
secretariados pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Mário Fraga e Fernando Záchia,
os dois últimos como Secretários “ad hoc”. Do que eu, Reginaldo Pujol, 2o
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
ATA DA NONA REUNIÃO
ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM
07.02.1996.
-
O
pronunciamento do Ver. Dilamar Machado foi efetuado no período de ‘COMUNICAÇÃO
DE LÍDER’ e não de “COMUNICAÇÕES”, como consta
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): A Mesa apregoa Ofício nº 062/GP, enviado por S. Exa. o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Tarso Genro, comunicando sua ausência da Cidade do dia 8 ao dia 9 do corrente, quando estará participando, em São Paulo, do Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores.
Nós informamos
a V. Exas. que amanhã, às 14h, estaremos passando a Presidência dos trabalhos
da Casa, na Sala da Presidência, ao Ver. Edi Morelli. Às 15h, estaremos sendo
investidos na condição de Prefeito em exercício de Porto Alegre, no período
mencionado no ofício firmado pelo Sr. Prefeito Tarso Genro.
Gostaríamos de
informar a V. Exas. que a Sessão de Instalação dos trabalhos legislativos desta
Casa, do ano de 1996, ocorrerá no dia 16 de fevereiro, às 9 horas. O Plenário
terá suas atividades abertas no dia 16, às 9 horas, na forma regimental,
oportunidade em que estaremos recebendo a visita do Sr. Prefeito para a
instalação dos trabalhos. Por informações que recebemos, extra-oficialmente,
estará no exercício da Prefeitura o Vice-Prefeito Sr. Raul Pont, uma vez que o
Sr. Prefeito deverá participar de um encontro na cidade do México, convidado
que foi pelo órgão da Organização das Nações Unidas, a UNESCO. Então, no dia
16, teremos a oportunidade de instalar, formalmente, os trabalhos.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu pergunto a V. Exa., e
por isso sugeri o dia 15, para que se fizesse a eleição do 1o
Secretário, então será eleito o dia 16?
O SR. PRESIDENTE: Eu gostaria de informar a V. Exa. que o 1o
Secretário do Legislativo Municipal é o Ver. Geraldo de Mattos Filho,
Mazzaropi, que tem uma licença para interesse particular que vai até o dia 15
de fevereiro. Nós oficialmente não temos nenhum registro de renúncia, de
qualquer natureza, nesta Casa, até este momento. Tão logo tivermos alguma
manifestação deste ou de outro Vereador renunciando a qualquer condição envolvendo
o mandato parlamentar, nós daremos ciência a V. Exa., bem como aos demais
Vereadores desta Casa.
O Ver. João Dib
está com a palavra, em tempo de Liderança.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Muitas
vezes é difícil não ser repetitivo nesta tribuna. Tenho dito, em reiteradas
oportunidades, que lei deve ser clara, precisa, concisa e respeitada. Este
respeito à lei que cabe a fiscalização, ao legislador, ao Vereador no caso, tem
sido relegado ao plano secundário. O Prefeito, sistematicamente, contraria a
Legislação Municipal por ele assinada. Eu não posso entender que o Prefeito
responda Pedido de Providências da forma incorreta, o que está acontecendo
muitas vezes. Eu falo com a tranqüilidade de quem, como Assessor Engenheiro,
Secretário de Governo, como Secretário mesmo, examinou centenas de Pedidos de
Informações, antes que chegassem a esta Casa. Em julho de 93 eu reclamava e
pedia informações em razão de obra que se realiza na 24 de Outubro com a Nova
Iorque. Respondia o Sr. Prefeito que aquelas obras estavam sendo realizadas
amparadas na Lei Complementar nº 138. Lei que tinha validade por 60 dias e era
do ano de 1986.
Fui obrigado a
fazer mais dois Pedidos de Providência para
provar a ilegalidade da obra. A obra foi vistoriada em fevereiro de 93 e
autorizada a invasão do passeio público em setembro de 93, quando eu já havia
denunciado a irregularidade. Agora, procurado por moradores do edifício da
Quintino Bocaiúva, nº 577, eu perguntava ao Prefeito: “Qual o amparo legal da
medida que determinou a colocação de obstáculos no passeio, na rua Quintino
Bocaiúva, nº 577?” Mais uma vez me foi dada uma resposta que considero
extremamente agressiva. Acho que querem agredir o Ver. João Dib que diz que
Vereador não precisa fazer leis; ele precisa fiscalizar o cumprimento da lei. O
Prefeito responde que a colocação de obstáculos no passeio encontram amparo
legal no Decreto nº 10926 de 18/02/94, especialmente no art. 6o e
seu parágrafo único. Essa foi a aula dada pela assessoria do Prefeito. Aliás,
eu já disse que assessoria gratuitamente, diariamente, para que não
acontecessem as barbaridades que ocorrem nas respostas de Pedidos de
Informação. Com isso eu recebi cartas desaforadas de um procurador e depois
quase que ficamos amigos, sem nunca termos nos falado pessoalmente, só trocando
correspondência.
Então, o art. 6o
do Decreto assinado pelo Dr. Raul Jorge Pont: “É permitido no passeio, com
vistas a impedir o estacionamento de veículos, dependendo de licença da
Secretaria Municipal de Obras e Viação, a construção de marcos de concreto, “frades”,
ou material alternativo, conforme anexos 01, 02 e 03; sem contudo, ocuparem a
faixa de circulação do pedestre”. E ainda me manda o Decreto, como quem quer
dar uma aula, que eu deva fiscalizar com mais rigor. Talvez seja isso que ele
queira. Manda-me o Decreto com os anexos, mostrando que seria paralelamente ao
meio-fio e não perpendicularmente ao meio-fio a possibilidade de colocação dos
“frades”. Eu, durante muito tempo, recebi reclamações. Fiz contatos com o
Secretário de Transportes, com o Secretário de Obras, com o Secretário do Meio
Ambiente, e agora coroa todo o meu trabalho com essa resposta absurda, que o
Prefeito assina dizendo que descumpriu a Lei. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário fraga): Passamos às
Convido o
Presidente Isaac Ainhorn para que assuma os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Mário Fraga está com
a palavra.
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pretendo falar
mais uma vez sobre Belém Novo, e também comunico aos demais colegas que, ontem,
estive no Programa do Sérgio Zambiazzi, fui avisado, por pessoas que ouviam
aquele programa, de que um cidadão havia agredido minha pessoa com palavras
-–ele nem representava associação nenhuma e disse que queria falar sobre Belém
Novo, mas em determinado momento falou que o Ver. Mário Fraga não fazia nada
por Belém Novo. Mas ele falou, infelizmente, e felizmente para mim, Ver.
Fontana, falou do nosso progresso. O progresso em Belém Novo realmente está
chegando, mesmo que seja com a Administração Popular. Já foi asfaltada uma rua
dentro do núcleo de Belém e tem mais duas já prometida. São três ruas
asfaltadas em Belém que, desde que o Governo Alceu Collares assumiu e colocou
asfalto na rua, não tinha nada em Belém Novo. Agora, a Administração Popular já
fez uma avenida e já prometeu, e saiu a licitação para mais duas. A rede de
água é o problema todo –e hoje o nosso colega que está de volta, o Adaucto seja
bem-vindo novamente – o problema da empresa Transpavi Codrasi, que V. Exa. sabe
muito bem que eu conheço esse ramo, mas essa empresa está deixando a desejar.
Eu tentei falar
com o Diretor Dieter há uns quinze dias
atrás e ele não estava, tentei falar com o Engo. Francisco que ficou
no lugar dele e aí eu consegui falar com o Ivan e ele sempre resolve algumas
coisas para a gente dentro do DMAE. Infelizmente, Belém Novo está em polvorosa
por causa da obra. A população tem-se apavorado e eu mesmo tive que deixar o
meu carro dois dias na rua, Ver. Guilherme Barbosa, e V. Exa. conhece muito bem
obras, na frente da minha casa eles não colocaram o pontilhão. Parece-me que é
de propósito. Eles são obrigados a colocar, e eu sei muito bem disso. Na
garagem das casas é obrigado a colocar o pontilhão e tive que deixar o carro
durante dois dias na rua. Eu não reclamei porque sabia que alguma coisa
aconteceu. Depois fecharam a rua nos dois lados e não colocaram aviso nenhum, a
Florêncio Farias, onde está sendo executada a obra.
Hoje mesmo eles
já saíram da Florêncio Farias e tem buracos, na minha casa tem um cano
levantado na frente, para quem não entende um pouco, é isso. A pessoa que
esteve no Sérgio Zambiazzi foi reclamar dos buracos, das obras e dos transtornos
que está acontecendo em Belém, e também eu liguei para o Sérgio Zambiazzi e ele
disse: Mário, podes vir aqui. Eu fui ao programa do Sérgio Zambiazzi. Ele
disso: Com a tua consciência que sei que tens, com o teu trabalho. Realmente, o
Sérgio Zambiazzi fez uma defesa, Vereadores. Luiz Braz e Jocelin, agradeço ao
Partido, ele me defendeu, foi exemplar, são leais, sem dúvida nenhuma,
Vereadores.
Eu peço mais
uma vez, Ver. Guilherme, Ver. Presidente Henrique Fontana, Adaucto, eu já falei
com o Ivan, a Transpavi Codrasa está em
Belém e, realmente, está deixando a desejar.
Outra coisa que
foi falado, Ver. Guilherme Barbosa, eu gostaria que V. Exa. conseguisse para
mim o Plano da Rede de Esgoto que já li nos jornais, e foi anunciado pelo
Antônio Britto e Tarso Genro. Tenho quase certeza de que o dinheiro da rede de
esgoto, porque são trinta e nove planos de rede de esgoto para Belém Novo
parece que já foi conseguido junto ao PIMES, tendo repasse deste, do Governo do
Estado e da Prefeitura. O Sr. Adaucto conseguiu informações a esse respeito
para eu levar lá no Sérgio Zambiazzi. No arado Velho o pior problema mesmo é o
esgoto sanitário que corria a céu aberto na Curva da Morte, Ver. João Dib, na
parte de trás, ali em Belém, realmente ali não há nenhum esgoto, então o esgoto
só pode correr a céu aberto. Mesmo que ali não haja infra-estrutura quase
nenhuma, porque foi uma invasão de trinta anos atrás, em que ali se
estabeleceram e agora para tirar o pessoal daquele local alguém perderá alguma
coisa.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Exa. conhece o tema e sabe que obras de saneamento
incomodam bastante. É evidente que a fiscalização, o departamento e os
engenheiros executores da empresa devem o máximo para a população esses
transtornos. É obrigatório sim que em acesso de garagem se deva deixar tábuas
ou chapas metálicas para a possibilidade de entrada, então V. Exa. tem razão.
Com relação aos canos que muitas vezes ficam levantados nas esquinas, isso é do procedimento, porque eles que depois, quando a obra estiver praticamente executada, a fase que se chama a lavagem de rede, então naquela localidade são injetados grandes volumes de água com cloro para que a rede seja lavada. Isso é normal na obra de lançamento de rede, ou mesmo na substituição. Com relação ao restante V. Exa. tem razão, o nosso Embaixador Adaucto já tomou nota, e também farei contato para que sejam superados esses problemas.
O SR. MÁRIO FRAGA: Agradeço Ver. Guilherme Barbosa, inclusive
friso novamente que quando fui o prejudicado, porque me deixaram dois dias com
o carro na rua, não falei nada, mas como agora foi uma pessoa, no Sérgio
Zambiazzi, tenho que declarar que isso realmente está acontecendo, e eu estava
com a consciência tranqüila, tanto que já havia falado com o Eng. Ivan, Chefe
de Gabinete do Dieter Wartchow sobre o que estava acontecendo em Belém. E hoje
mesmo, na saída da João Vieira de Aguiar Sobrinho, o que a Transpavi Codrasa
fez, Ver. Guilherme Barbosa que conhece bem o problema, se puder ir àquele
local para ver o que eles fizeram com o aterro que tiraram dos buracos,
colocando dentro da vala. Se chover hoje vai ser um pandemônio. Na João Vieira
de Aguiar, a primeira rua de Belém Novo, à esquerda, eles jogaram todo o aterro
que eles fizeram para dentro da vala.
Eu faço um
apelo, aqui, à Administração Popular, na pessoa do nosso amigo Adaucto
Vasconcellos e dos Srs. Vereadores, que seja solicitado à Transpavi Codrasa
mais cuidado com Belém Novo. E friso, novamente, para a Taquigrafia, eu já
havia solicitado isso, há 10 dias atrás, ao Ivan, Chefe de Gabinete do Dr.
Dieter Wartchow. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo Vereador inscrito é a Vera. Clênia
Maranhão. Desiste. Vera. Maria do Rosário. Ausente. Ver. Luiz Braz. Ausente.
Ver. João Verle. Ausente.
O Ver. João Dib
está com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, amanhã, 08
de fevereiro, é uma data festiva para o Rio Grande, porque a Rádio Gaúcha
completa 69 anos. Sessenta e nova anos de lutas e bons serviços prestados, e
sempre preocupada com a coletividade, em especial com a coletividade
porto-alegrense, mas sem deixar de cuidar dos interesses do Estado e do próprio
País. Quero formular votos de pleno sucesso e continuada caminhada no sentido
de fazer o que realmente deve fazer a imprensa, a pesquisa da verdade.
Mas, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, dia 16, já foi anunciado pelo Sr. Presidente, nós
teremos instalada a última Sessão Legislativa desta Legislatura. E eu não vou
perder, Sr. Presidente, nenhuma oportunidade de lembrar ao Executivo Municipal
a sua responsabilidade em razão da invasão dos morros, em linha reta, fazendo a
maior declividade possível. Eu não quero, como nenhum dos Vereadores querem,
que venha ocorrer um acidente desagradável, como tem ocorrido no Rio de Janeiro
e São Paulo e em outros lugares do Brasil pelo deslizamento de terras, mas a
abertura em linha reta do morro significa viabilidade de acidentes em razão da
velocidade com que as águas descerão aquela área que foi cortada de vegetação e
que tem declividade, às vezes, de mais de 30 ou 40%, parece que o Executivo não
vê.
Tem belas
camionetes no serviço de controle de áreas de risco, mas se ele não considera
isso um risco, eu lembraria que ali no Jardim Cascata, na Glória, 2 muros
caíram em função do escoamento rápido de águas que leva terra que pressionaram
o muro e os 2 muros caíram. Poderia ser uma pedra que rolasse morro abaixo, mas
nisso eu devo dizer que a Prefeitura, antes da Administração que aí está, já
havia tomado algumas providências, porque nunca se conseguiu impedir que o
loteamento fosse feito e eles respeitaram curva de nível, inclusive, mas,
agora, não, agora, parece que máquinas, apenas máquinas e não mais do que
máquinas abriram ruas, é só olhar os morros da Glória e do Partenon, só olhar,
não precisa fazer nada.
Estou, mais uma
vez, alertando que existe uma possibilidade, mais hoje, mais amanhã, de que
haja um deslizamento com mortes e eu não quero que isso ocorra, ainda há tempo
de fazer medidas preventivas. Mas, como a Administração da Prefeitura só fala o
que lhe interessa, só cumpre a lei quando lhe apetece, ou melhor, não cumpre
mesmo, eu quero lembrar que o Dr. Luiz Carlos Bertotto está em férias no
momento em que se faz uma implantação difícil na área central, ele está em
férias. Eu nunca vi Secretário de Transportes fazer uma coisa dessas, mas ele
está em férias. Eu quero lembrar que aqui, nesta Casa, aceitamos o veto de S.
Exa. o Prefeito para um projeto de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que
pretendia colocar parada para as lotações.
O Prefeito
vetou e encaminhou um projeto dizendo que as lotações teriam paradas nas
avenidas mais importantes para que o trânsito não fosse tumultuado, e o que
aconteceu? O Secretário Luiz Carlos Bertotto, que disse que em janeiro faria
isso e era a época mais oportuna, sem dúvida nenhuma, está de férias; mas
secretário não tem férias! Essa é que é a verdade, é o meu entendimento, eu já
fui seis vezes, e nunca tirei férias. Eu acho que ele também podia fazer a
mesma coisa; colocar as paradas para as lotações, e não fazer como já reclamei
aqui, reclamei na Secretaria de Transportes, não obtive resposta, disse que no
dia cinco de fevereiro chamaria as pessoas. Não me disseram nada do que
acorreu; lotações, e eu quero que o Ver. Luiz Braz diga aqui que não estou
falando contra o serviço de lotação, depois vêm aqui me agredir, ainda,
lotações passando em contramão com sinal fechado, porque não há parada.
Então, eles
ficam disputando entre si os passageiros eventuais que possam ter. Dei hora, local,
e a Secretaria não teve a gentileza de responder, para um Vereador que foi duas
vezes Secretário dos transportes, quais as medidas que foram tomadas. E é claro
que no dia dezesseis eu também vou falar da decisão da Câmara Municipal, que
disse que o Prefeito não podia comprar o edifício da rua dos Andradas, nº 680,
sem autorização legislativa, e que não podia fazer o financiamento sem
autorização legislativa, e que na forma, isso não foi dito pela Câmara, fui eu
quem levantei, que na forma da Lei 866, que eles gostam tanto de dizer das
leis, e até fazem editais com publicidade, eu nunca tinha visto, publicidade
com edital, isso é coisa nova da Administração da Prefeitura que está gastando
bastante, mais, provavelmente, do que seja permitido no Orçamento: 0,7%. Eles
gostam de falar na lei, mas na Lei 866 diz que a Prefeitura de Porto Alegre tem
que comprar tudo pelo menor preço; e o outro lado, que era o INSS, têm que
vender tudo pelo maior preço. Portanto, o Prefeito não podia, de forma nenhuma,
entrar nesta tal de concorrência, de licitação, o que quiser, porque ele só
podia oferecer o menor preço, e o outro só podia vender pelo maior preço, isso
é impossível acontecer.
Então, dia 16,
Ver. Isaac Ainhorn, Presidente ilustre desta Casa, eu vou começar a cobrar uma
série de coisas, entre elas, a possibilidade de deslizamento dos morros; a lei
descumprida na compra de um edifício, e mais outras coisas, como por exemplo a
resposta de um pedido de informações, absolutamente ridícula a resposta, como
que o DEMHAB gastou 20 milhões de reais, sem autorização do Conselho Deliberativo?
O prefeito é muito mal-assessorado. Agora ele tem o Rogério Favreto e vai melhorar
mesmo a assessoria. Vai ser muito pior agora. O homem não sabe ler a Lei Orgânica!
O prefeito respondeu dizendo que, tendo sido aprovada uma lei na Câmara para
que pudesse o Executivo assumir o ônus, erradamente, nós erramos, dando
autorização.
Vejam que a
Assembléia está tratando problema idêntico de forma diferente e da forma
correta. Não tem que colocar o dinheiro do serviço público para resolver esse
problema. A Assembléia está tratando do problema com os proprietários da área,
mas o Executivo Municipal entendeu que tinha de fazer por sua própria conta e
me responde que 20 milhões de reais do serviço público, do povo de Porto
Alegre, foram usados sem que o Conselho Deliberativo do DEMHAB opinasse e sem
que o Orçamento Participativo tivesse dito: “Não, vocês devem comprar esta
área, pagar 20 milhões de reais porque, tem gente ali que ganha só 15 mil reais
por mês, tem gente que ganha 8 mil reais”. Agora, os outros que estão lá, sem
habitação, sem coisa nenhuma, isso não interessa ao Orçamento Participativo,
até deve mandar embora. Quem sabe mandar buscar um outro Carlos Lacerda para
resolver o problema deles. Estas coisas eu quero passar o ano todo dizendo que
precisam ser resolvidas.
Esta Câmara tem
que exigir respeito próprio ou o prefeito só faz valer a lei quando é para
tirar dos servidores da Câmara Municipal aquilo que eles tinham conquistado e,
curiosamente, só tirou quando resolveu o seu problema, quer dizer, não tirou a
primeira parte porque, talvez, não resolvesse os problemas da taxa de
iluminação e outras coisas que aconteceram. Quando ele tinha as leis aprovadas
pela Câmara, ele vetou já Justiça a segunda parte dos recursos que os
servidores da Câmara teriam direito, porque houve uma resolução do Poder
Legislativo nesse sentido. Aí, ele fez valer a Lei. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): Apregoamos Requerimento do
Líder do PT, Ver. Henrique Fontana, que requer, na forma regimental, Licença
para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, para o Ver. Clovis Ilgenfritz.
O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, naturalmente com a acuidade e propriedade e seu conhecimento sobre
a Cidade de Porto Alegre o Ver. João Dib abordou um tema extremamente
importante que envolve uma questão de segurança das pessoas, a questão do
deslizamento dos morros. Insisto num dos morros da nossa Cidade, por um
problema que está ocorrendo agora, nesses dia, de uma ocupação, é uma denúncia,
nesses dia, de um dos morros e de uma das áreas verdes mais nobres da Cidade de
Porto Alegre, a parte do morro Santa Tereza que ainda não estava tomada, a
parte nobre de vegetação, de verde, atrás da FEBEM e do Instituto Padre Cacique,
ao topo do morro, alguns casebres já foram lá colocados. Se, de um lado, nós
elogiamos a remoção da Cai-Cai pelo Pref. Tarso Genro, que merece o
reconhecimento pela forma como encaminhou esse assunto, não podemos, nesse
momento, transformar esta Cidade, nesta área específica que estamos apontando,
em cidade sem lei.
Não podemos
compactuar com um fato que salta aos olhos, que é alguns casebres que foram
colocados no topo do morro Santa Tereza na área verde e nobre daquilo que resta
desse morro, é uma omissão grave por parte das autoridades municipais, sobre
tudo do área que cuida dos riscos dos deslizamentos de morros e do DEMHAB.
Ontem, já
havíamos solicitado que tirassem fotos para encaminhamento rápido e urgente ao
Sr. Prefeito – considero que isso não esteja sendo ignorado. Há uma necessidade
urgente de serem removidas aquelas malocas lá instaladas, porque, se isso não
for feito rapidamente, com essa crise de habitação que enfrentamos, aquilo ali
transformar-se-á num anexo da vila localizada no Morro Santa Tereza, ao lado da
praça da TVS.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Isaac Ainhorn, quero informar a V. Exa. que o DEMHAB já foi
alertado sobre essa invasão. O Dr. Hélio Corbelini, ex-Diretor-Geral do DEMHAB,
me dizia que aquela é uma área do Estado, que deveria ser cercada para que
pudesse fazer uma fiscalização. V. Exa. aborda muito bem o problema.
O SR. ISAAC AINHORN: A questão está muito bem
colocada. Não interessa de quem seja a área, porque todas as habitações
regulares e irregulares da Cidade de Porto Alegre estão sob a competência da
Prefeitura Municipal, sobretudo se há riscos. Se, sobre um terreno particular,
alguém resolve erguer um muro ou qualquer outra construção, por mais simples e
tosca que possa ser, precisa de uma autorização de Prefeitura.... Não vou
afirmar que o ex-Diretor do DEMHAB – um homem que tem muita responsabilidade
que não compactou com invasões de qualquer espécie – faria uma ação dessa
natureza na busca do voto. Conheço a sua posição forte e vigorosa contra
qualquer espécie de invasão urbana – não sei sobre a invasão rural. Com
propriedade, disse o Vereador, e aí envolve uma outra questão mais séria: a
segurança das próprias pessoas. Ali, eu não sou engenheiro, mas com o mínimo de
bom senso, posso afirmar que se não for tomada uma providência, nessas
enxurradas que sofre Porto Alegre no verão, com freqüência, e que inundam as
ruas de Porto Alegre, e que deixam as casas da Rua Águas Mortas, Vereador,
completamente inundadas. Recebi hoje um abaixo-assinado dos moradores da Rua
Águas Mortas que não agüentam mais a Prefeitura, porque mesmo com uma chuvinha
as casas ficam com meio metro de água. Alguma enxurrada maior pode ocasionar um
acidente grave com vidas humanas. Se isso ocorrer haverá responsabilização,
todos os senhores de boa formação o sabem, não precisa ser jurista ou advogado
para saber que daí decorre responsabilidade civil e criminal.
Fica o nosso
alerta e o Pedido de Providências em relação à remoção imediata desse nova
vila, o anexo da Vila Santa Tereza, que está sendo erguida nos fundos da FEBEM,
que informa o Ver. João Dib, segundo informações do ex-Diretor do DEMHAB, Sr.
Corbellini, que se constitui em área do Estado; que o Estado deve tomar
providências. Penso que é um esbulho, e o Estado deve, também, tomar
providências, mas isso não exclui a responsabilidade do Poder Público
Municipal. Acredito, sinceramente, que o Prefeito irá tomar uma providência com
relação a isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. É um debate importante esse trazido à tribuna da ocupação dos
morros, da forma de ocupá-los, de com traçar e executar as vias públicas. No
balanço final, temos um trabalho bom, executado pela Prefeitura, no que diz
respeito a evitar acidentes nos nossos morros. Não há notícia, de que eu tenha
conhecimento, de algum acidente em face desse tipo de situação, exatamente pelo
desempenho que a Prefeitura tem tido, de um grupo de pessoas de várias
Secretarias, que evita a ocupação das áreas indevidas nos morros da Cidade. É
evidente que não conseguimos faze-lo na totalidade, em face da gravidade da
questão habitacional. Concordo com que um morro que tenha uma declividade muito
forte, não é indicado se fazer uma abertura de uma via, numa linha reta, de
cima abaixo. Deve ser procurado uma outra forma – estava conversando com o
“Embaixador”-, procurando percorrer as chamadas curvas de nível do morro para
evitar algum deslizamento.
É preciso
afirmar, também, que, comparando com outras localidades, Porto Alegre tem
evitado, quase que na totalidade, acidentes nessas situações. A ocupação mais
recente, também, é uma preocupação verdadeira, mas deve-se dizer que se a área
é estadual, o Governo do Estado deve ser procurado para que, junto com o
DEMHAB, evite essa nova ocupação, não por ser uma área nobre, importante do
morro, mas, principalmente, por ser uma área perigosa para moradia. Isso deve
ser evitado. Até me proponho a fazer contato com o Engo. Vicente,
novo Diretor-Geral do DEMHAB que, com certeza, tomará alguma atitude
rapidamente.
Quero trazer ao
debate em assunto sobre o qual o Ver. Reginaldo Pujol tem se manifestado
bastante, sobre o que ele tem chamado de colapso do abastecimento de água da
Cidade de Porto Alegre. O DMAE teria perdido o controle do abastecimento de
água potável em nossa Capital. De forma nenhuma isso é verdade, e digo isso com
a experiência de lá ter passado três
anos e três meses e posso dizer que hoje o abastecimento de água em
Porto Alegre é melhor do que o foi. Devo dizer, também, que o DMAE sempre foi
um órgão de trabalho, no mínimo bom, e isso é importante registrar. É o órgão
municipal maior do País. A única capital brasileira a ser atendida por um órgão
de saneamento, e todos os encontros que abordam esse tema, o Departamento Municipal
de Água e Esgotos de Porto Alegre é citado como exemplo de desempenho, no País.
É crescente o percentual de abastecimento de água na Cidade.
Quando em 1989,
nós assumimos o DMAE, o índice de abastecimento de água era de 95%, o que já
era muito significativo, atualmente estamos com 98% da Cidade com água regular
nas casas dos moradores. E cada vez que nos aproximamos dos 100% é mais difícil
chegar a totalidade, porque as pessoas estão muito longe, ou em cima de morros.
Portanto, é necessário investimentos, cada vez maiores para conseguir levar
água até eles. Às vezes não é só rede lá em cima do morro que é preciso ser
feita, mas reforçar o abastecimento desde a base daquela montanha. As faltas de
água que têm acontecido na Cidade são, principalmente, por rompimento de
tubulações, que é uma coisa imprevisível, e o que aconteceu muito no final do
ano, em face de cortes de energia elétrica em face daqueles temporais que
aconteceram. Não podemos esquecer que essa é uma situação que a CEEE possa
controlar. Muitos ventos, rompimentos de redes elétrica que fez com que o abastecimento
de água ficasse muito prejudicado. Houve um dia, no final do ano passado, que
dezoito estações de bombeamento estavam sem energia elétrica, além de uma
estação de tratamento de água. Isso cria uma situação muito delicada para o
abastecimento. E se junta a isso uma temperatura alta, a recuperação é muito
complicada posteriormente. De 89 para cá o DMAE assumiu, e vem assumindo cada
vez mais, comunidades que eram de Viamão, lá na região da Lomba do Pinheiro.
O DMAE, e ainda
tem, um convênio com a CORSAN, onde fornecia água no início da Lomba do
Pinheiro, água da CORSAN, e depois a CORSAN repassava a água mais adiante, a
partir da parada 13, pelas dificuldades do DMAE. Isso não existe mais. O DMAE
continua vendendo água para a CORSAN; tem dificuldade, mas o DMAE já assumiu
todas as comunidades que são de Porto Alegre, inclusive as novas que vieram
para Porto Alegre depois das mudanças dos limites entre os dois municípios.
Historicamente
o DMAE investia 6,5 milhões de dólares ao ano. Quando saímos, em março de 92, a
média do DMAE tinha passado para 13,2 milhões de dólares ao ano, sem que
ninguém nesta Cidade reclame da tarifa do Departamento, otimizando
procedimentos, principalmente. Hidrometramos todas as nossas ligações e mais de
12 mil ligações existentes que estavam sem o relógio. Isso trouxe mais controle
do gasto da água e mais recurso para o Departamento. Fizemos um tipo de obra,
que não era comum se fazer no Departamento: programação permanente de
substituição de rede. Fazia-se rua por rua, mas não como programação
permanente.
Em três anos e
três meses, além de lançar 100 quilômetros de rede nova, fizemos substituição
de mais 125 quilômetros de rede, o que tem significado redução da perda de água
na rua e, evidentemente, mais água para fornecer aos munícipes de Porto Alegre.
O engenheiro Dieter tem mantido essa programação, substituindo cerca de 50
quilômetros por ano, o que é colocar rede onde já existia rede.
O Ver. Pujol
questionou por que fazer obras significativas no verão. Mas isso é de propósito,
Ver. Pujol. No verão, o consumo na Cidade chega a cair 20%, em face de que os
porto-alegrenses saem muito em janeiro e fevereiro. Portanto, nós programamos
isso. Se faz obras ao longo do ano, de reforço, de tudo mais, mas também
programamos em janeiro e fevereiro porque uma grande parcela da população não
está na Cidade, portanto, isso significa que é um período mais aconselhável
para fazer algumas obras, porém isso é programado.
Avaliando o
abastecimento na Cidade, nós temos hoje a dizer, com certeza, que as faltas
d’água da Cidade de Porto Alegre são cada vez menores. Em 1989, a Zona Norte da
Cidade era um drama em face do alto índice de falta d’água; hoje praticamente
não se fala em falta d’água na Zona Norte da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Quero, na comunicação de Liderança, homenagear o Ver. Guilherme
Barbosa que, como ex-Diretor da DMAE, veia à tribuna oferecer a versão oficial
a respeito de um assunto que venho denunciando à Cidade há mais tempo, e que
inclusive a TV Comunitária por duas ou três vezes programou um debate entre nós
e o Diretor do DMAE e que não se realizou em função de que o Diretor do DMAE
nunca teve tempo para gastar com este Vereador e para explicar à Cidade o que
eu afirmei há poucos dias atrás de que, no período de 20 de dezembro a 20 de
janeiro, um em cada três porto-alegrenses ficaram pelo menos 24 horas sem água.
Agora, o Ver.
Guilherme Barbosa que tem amplo conhecimento do assunto, desfilou argumentos
informando das razões por que esse fato tenha ocorrido e enseja que a gente
recoloque o assunto com uma pergunta fundamental que me foi sussurrada pelo
Ver. João Dib. Confessadamente pelo DMAE e reconhecimento por todos, durante o
período do verão há uma queda no consumo de água na Cidade de Porto Alegre por
que uma boa parte dos porto-alegrenses se deslocam para a serra, para a praia,
fazendo o seu período de férias. Acho que 20% é um número razoável. Acredito
que seja maior o número de pessoas que não se encontram aqui no verão. Mesmo
assim, Ver. Guilherme Barbosa, o DMAE faz campanha para que se poupe água,
confessando que está sem condições de manter o abastecimento desta Cidade que
já está com a sua população reduzida. Imagine V. Exa. se não houvesse esse
fenômeno cultural que ocorre todos os anos em Porto Alegre, quando dezenas,
centenas, milhares de pessoas se afastam, durante o período de verão. O que
ocorre é que existe alguma coisa muito mais significativa que o DMAE não quer
confessar.
O belíssimo
discurso do Ver. Guilherme Barbosa, bem articulado, esbarra numa realidade: há
quarenta e cinco bairros de Porto Alegre, no dia de hoje que, oficialmente,
estão sem água, fora aqueles que não são oficialmente reconhecidos pelo DMAE.
Esse aí o “Cidade Viva”, a voz do Brasil da administração municipal, o diário
oficial eletrônico da administração municipal, proclamando que a partir de uma
obra – mais uma vez vai ser feita uma obra na Ouro Preto, isso vai determinar a
interrupção de toda Zona Norte de Porto Alegre, todo Jardim Leopoldina, as
vilas em torno da Vila Santa Rosa, todo o Bairro Rubem Berta - 45 bairros estão
sem água, hoje, em Porto Alegre, numa quarta-feira, metade da semana.
É por isso que,
às vezes, eu venho aqui e pergunto: se é tão programado e se nós sabemos que o
grande êxodo de pessoas em Porto Alegre se dá num fim de semana, a partir de 6a
feira, porque não fazem isso no sábado e domingo, onde seguramente os 20%
reconhecidos pelo Ver. Guilherme Barbosa, no seu pronunciamento, estarão aumentados
para, pelo menos, 50%? Nós sabemos que já não é nem um problema de poder
aquisitivo. Pessoas das mais diferentes camadas sociais se afastam de Porto
Alegre, durante o fim de semana, porque é um hábito cultural que existe nesta
Cidade, lamentavelmente não interrompido pelo política oficial. Porto Alegre é
uma Cidade fantasma nos fins de semana. Nesses períodos é que deveriam ser
realizados as “paradas” que, como diz o Ver. Guilherme Barbosa, obedecem a uma
programação. Não! As “paradas” são quase que invariavelmente realizadas no meio
da semana, na quarta- feira, dia que coincide com o pico do consumo no verão,
porque quem tinha que vir da praia já veio e quem tem que ir ainda não foi. Por
isso, Sr. Presidente, eu quero, numa homenagem ao Ver. Guilherme Barbosa, dizer
que os seus esclarecimentos altamente técnicos, qualificados, esbarram contra
uma realidade.
Porto Alegre
inteira sabe que existe alguma coisa de muito grave no seu sistema de
distribuição e abastecimento de água potável, porque neste verão, apesar de
chuvoso, apesar de o céu ter contribuído de forma esplendorosa para que se
amenizasse a canícula tradicional do verão porto-alegrense, um em cada três
porto-algrenses, pelo menos um permanece 24 horas por semana ou por mês sem
abastecimento d’água, enquanto o DMAE proclama, em propaganda muito cara, que
está abastecendo mais de 95% da Cidade de Porto Alegre. Ora, eu quero dizer que
isso não é novidade nenhuma. Na administração dos Prefeitos Dib e Villela,
Porto Alegre chegou a ser abastecido em 98% da
sua zona urbana, e não havia esses cortes técnicos que, a toda hora,
estão justificando a falha dos serviços do Departamento Municipal de Água.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PT. O Ver. Guilherme está
com a palavra.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, feliz da cidade que tem um departamento com uma capacidade de
investimento, que está, a cada dia, melhorando o seu sistema. Que não aconteça
o que está acontecendo na Região Metropolitana – dito, inclusive, pelo ex e
atual Presidente da CORSAN – que está numa situação, isto sim, de pré-colapso,
de falta de água crônica para três milhões de pessoas, exatamente por falta de
investimento. Ora, como é que se pode – chegamos, agora, na situação da ânsia
da crítica – queixar-se de que o Departamento, de uma forma programada, com
aviso antecipado à população, vai fazer obras de melhoria. Chegamos a este
ponto de queixa. Ora, pelo amor de Deus! Todas estas obras são exatamente para
que não haja ou para que seja muito reduzida a possibilidade de um desabastecimento
por impossibilidade técnica. O que o DMAE está fazendo é exatamente isto, o
sistema de água na Cidade, e volto a dizer sem medo do estou dizendo, está absolutamente
sob controle, com volume na sua produção mais que suficiente, vamos dizer
assim, porque Belém Novo não trabalha com toda a sua capacidade de produção;
Menino Deus não tem trabalhado como toda a sua capacidade, também.
Portanto, o
Setor de Produção da Água está com certa folga, inclusive; o aspecto da
distribuição sob controle, quer dizer que não há qualquer base fundamental para
esta afirmação do Ver. Pujol. Todas as vezes que teve falta de água mais
prolongada foi exatamente por algum aspecto fora do DMAE.
Acho que o
;único meio de comunicação que talvez tenha se preocupado com as afirmações do
Ver. Pujol tenha sido a TVCOM, porque de resto não vi nenhuma preocupação maior,
nenhuma repercussão maior das suas afirmações, exatamente, porque não tem
relação com a vida da Cidade.
Como é que
alguém vai dar muito crédito a uma crítica, quando o Departamento está fazendo
obra de melhoria, programada, divulgada, que as pessoas sabem que se vão ficar
hoje sem água é para que haja a certeza que posteriormente é muito difícil
ficar sem água, porque as obras foram realizadas de forma programada, de forma
avisada.
Então, não tem
base a afirmação de V. Exa., não tem base nenhuma. O abastecimento de água,
hoje, está numa situação entre boa e ótima. Claro que temos muito a fazer.
Temos ainda muita rede esclerosada na Cidade, precisando de substituição;
precisamos de mais reservatórios, nunca vão para as obras no Departamento. A
Cidade não pára; a Cidade está sempre crescendo, então, temos que estar sempre
ampliando o sistema nos seus vários aspectos. Vejo, por exemplo, que temos que
dar um salto técnico de qualidade do DMAE, que é estabelecer todo o seu
controle de abastecimento e deixá-lo todo informatizado. Esse é o grande salto
que temos que dar a curto e médio prazo, mas, de resto, somos hoje, com
certeza, uma das melhores cidades do País no abastecimento de água pela
qualidade da mesma e pela constância no seu abastecimento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de informar o Ver. Henrique
Fontana de que o seu retorno estava previsto para a Sessão de amanhã, por isso
é que não foi feita a alteração. V. Exa. está com a palavra por 10 minutos.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, especialmente ao nobre Ver. Artur Zanella, que disse ser bom me
ouvir. Eu retorno de uma ausência de três semanas aqui na Câmara.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quem sabe, Vereador, depois de ouvi-lo, como há uma
reunião às 11h30min do Secretário Motta com o Hospital Parque Belém, sobre a
situação desse Hospital na Restinga, quem sabe após V. Exa. ajude a influenciar
o Sr. Secretário Motta para que o Hospital Parque Belém não feche a emergência
e não feche todos os serviços do Bairro Restinga.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Nós temos participado, Ver.
Zanella, de toda a discussão a respeito da questão do Parque Belém e só corrijo
o seu aparte, pois não há preocupação de que feche aquele serviço, mas corrijo,
do seu aparte, a visão de que seria uma decisão do Secretário Motta a
possibilidade ou não, de fechar o Parque Belém. Isso depende obviamente de
muitas situações. E o Secretário Motta, certamente está empenhado em garantir
com que a Cidade de Porto Alegre tenha cada vez mais serviço de saúde e não que
feche algum serviço de saúde.
Mas, a minha
fala, nesta manhã, se deve ao que ouvi do nosso Presidente Isaac Ainhorn, que
não está presente neste momento no Plenário, mas que, certamente, pode estar
acompanhando esta fala, ou terá oportunidade de lê-la na seqüência. E preocupou-me,
porque retornando de três semanas afastado e vendo a forma como o nosso
Presidente interveio a respeito de um assunto pontual e um problema sério, que
é a ocupação de um pedaço de um morro na Cidade de Porto Alegre, aliás aqui
temos ex-diretores do DEMHAB, que sabem bem o que é a dificuldade de resolver a
questão habitacional no âmbito do Município, está aqui o Ver. Pujol, o Ver.
Dilamar Machado. E chamou-me atenção a simplificação que não é tradicional de
parte do nosso Presidente, a simplificação com que ele abordou esse tema.
Na visão do
nosso Presidente é uma tema simplório de ser resolvido, o Município deveria
tomar as atitudes necessárias e desocupar a área. A pergunta óbvia que vem a
qualquer pessoa que se debruce sobre o tema habitação popular nas grandes cidades
e a crise de habitação, é por que existem tantos morros ocupados em tantas
cidades deste País? Se fosse de fato tão simples, como diz o Ver. Isaac
Ainhorn, resolver um problema dessa monta, não deveria ter nenhum morro ocupado
em Porto Alegre, e em nenhuma cidade do País. E o que me chama atenção é que
exatamente a lógica da análise política feita pelo Ver. Isaac Ainhorn desse
problema, parte daquela premissa da análise simplificadora de que os problema
que Porto Alegre tem, ele os tem porque teria uma administração pública neste
momento, de parte do Executivo, incompetente para resolvê-los. Ele inclusive
chegou ao ponto de dizer que, mesmo que a área fosse do Estado, e eu concordo
com uma parte dessa premissa, de que o Município sempre tem e deve sempre atuar
nas questões de habitação da Cidade, mas sugeria que esse é um problema que o
Município deve resolver. E, aliás, é bom nós recapitularmos que de fato se
existe um setor de todos os serviços públicos que os diferentes governos têm
que prestar, um setor ótimo de analisar é esse da habitação porque ele não é um
setor de competência exclusiva do Município; ao contrário, ele é um setor que
não tem solução, se não houver de fato
uma intervenção clara do Poder Público Federal, do Poder Público estadual e do
Poder Público Municipal.
Estou aqui
refletindo, faço esta pergunta porque não tenho resposta e vou procurar hoje à
tarde, tentando relembrar ao longo desses últimos anos qual a habitação popular
que foi feita pelo governo do Estado, por exemplo, dentro da cidade de Porto
Alegre. Talvez não tenho sido feita nenhuma. É importante fazermos essa análise
porque os Vereadores estão elogiando o reassentamento da Cai-Cai, mas tem mais
esse problema. Se eu for desfilar a lista de problemas habitacionais que
existem em Porto Alegre, facilmente chegarei a número de 15 a 20 mil
necessidades de solução de problemas habitacionais e facilmente também chegarei
à conclusão de que não será com o orçamento público municipal que se resolverão
esses 20 mil problemas de habitação popular.
Então, é
importante, na minha opinião, que o nosso Presidente tenha mais cuidado em
fazer, em primeiro lugar, análise mais equilibradas do problema que ele traz a
esta tribuna, porque hoje ele não é mais um vereador desta Casa. Ele, neste
momento, está exercendo a função de Presidente de todos nós e, no momento em
que intervém com esse grau de simplificação, posso perceber e intuir que existe
sim uma espécie de oposição política simplificadora de um problema e de uma
temática como essa, porque ao exigir que a administração pública municipal
resolva sozinha um problema como este, o Presidente não está agindo com a
correção que lhe é tradicional e com o equilíbrio que exige a análise de um
problema como este.
Chegou,
inclusive, o nosso Presidente, a levantar e intuir uma hipótese de exploração
pré-eleitoral que ele diz que não faria, porque o Diretor do DEMHAB não poderia
ter feito isso. Bom, mas se ele diz que não faria, não deveria ter dito, porque
no momento em que diz desta tribuna e que faz a reflexão de que eventualmente
será que poderia ou não haver exploração política eleitoral? Isso é grave, Srs.
Vereadores. Não é possível que venhamos aqui levantar hipótese e ilações a
respeito de um tema tão grave quanto este. Que o problema da habitação popular
em Porto Alegre é gravíssimo, isso nós não temos nenhuma dúvida. Que a atual
Administração Municipal está agindo com muito vigor para resolver muitos
problemas dentro dos seus limites orçamentários, eu não tenho dúvida; respeito
aqueles que pensam diferente, mas eu não tenho dúvida.
Agora, muito
mais grave é levantar a hipótese de que haveria algum membro, na Administração
Pública Municipal, incentivando a ocupação de um morro para retirar dividendos
político-eleitoral dessa eventual ocupação. Aliás, tema que nós sabemos que
acontece, de fato, em muitos momentos dentro do movimento comunitário nas
diferentes cidades. Eu só reforço um argumento final neste tema e pedindo que
esta lógica de analisar um problema da cidade não se restringe à questão da
habitação e o Ver. Isaac Ainhorn, nosso Presidente, ao analisar temas
importantes para a cidade, de fato, inclua Porto Alegre dentro do Estado que
ela faz parte, dentro do País que ela faz parte, porque Porto Alegre não é uma
ilha administrada pela Administração Popular neste momento. Ela vive num País
em crise, num País onde o desemprego é crescente, num País onde os salários
estão arrochados e cada vez menores e, portanto, ela sente dentro da cidade a
crise social gerada por uma determinada política que está sendo implementada
dentro deste País e neste Estado.
Sempre que se
usa desta Tribuna para fazer um tipo de denúncia grave, como foram as palavras
usadas pelo Ver. Isaac Ainhorn, restringindo esse problema ao âmbito do
município, nós estamos falseando uma parte da verdade que faz parte da análise
de um tema desta importância, como a crise da habitação nas grandes cidades,
que acontece em São Paulo, em Curitiba, no Rio de Janeiro, em qualquer capital
deste País e que não acontece só em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Edi Morelli se inscreve e cede seu
tempo ao Ver. Reginaldo Pujol. Dez minutos com V. Exa.
O SR. REGINALDO PUJOL: Ilustre Ver. Edi Morelli,
Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, eu não vou alimentar,
inconseqüentemente, a discussão em torno da atuação do Departamento Municipal
de Água e Esgotos de Porto Alegre. Não é a mim que precisa dar uma explicação
mais convincente da parte deles. Quem tem que ser esclarecido são os usuários
do sistema que têm convivido, com freqüência amiúde, com a falta de água nas
suas residências. Dizer que o DMAE tem um excelente sistema na Cidade de Porto
Alegre é chover no molhado, e até, literalmente, o termo se apropria. Todos nós
sabemos que Porto Alegre têm excelentes facilidades para captar água, nós somos
rodeados de água por todos os lados e se temos essa possibilidade, que a
natureza nos oferece, o restante fica pela nossa capacidade de captar essa
água, tratá-la adequadamente e distribuí-la à população de Porto Alegre.
Eu sei que os
primeiros estágios, ou seja, a captação e o tratamento de água, o Departamento
Municipal de Água e Esgoto capta e trata água suficiente para abastecer Porto
Alegre em toda a sua plenitude. Esses trabalhos feitos ao longo de muito tempo
deram essa capacitação ao DMAE. A minha grande dúvida, e que é justificada
pelos fatos, é a capacidade do DMAE de garantir continuamente o abastecimento
de água potável em Porto Alegre. E essa dúvida, eu quero repetir, não sou eu
que devo ser esclarecido, é o usuário do sistema, é aquele que tinha que ser o
beneficiário do sistema e que se encontra no Passo das Pedras, na Lomba do
Pinheiro, no Rincão, no Jardim Sabará, no Beco da Fumaça, em inúmeros cantos de
Porto Alegre, onde, Ver. Barbosa, a falta d’água, nesse ano da graça de 1996,
tem sido uma constante; quando, a água ser uma constante, a sua entrega ao
usuário.
V. Exa., que é
um homem esclarecido sobre o assunto, faz com que eu fique ainda mais
preocupado. Se o DMAE tem atuado tão bem, de uma forma tão excelente, com tanta
qualificação, com essa programação bem-pensada, mais ainda se justifica o
desconsolo dessa população que não está recebendo esse serviço essencial que o
Código de Defesa do Consumidor lhe assegura. Sendo o DMAE detentor com
exclusividade de um serviço público essencial, ele que assegurar aos usuários
do sistema a permanente entrega do produto, salvo as hipóteses de casos
fortuitos, que não é o caso que agora se apresenta.
A realidade
fala por mim; por mim falam o desconsolo, o desânimo, o drama que vivem
inúmeras famílias desta Cidade e que já têm até calendário para o recebimento
de água na sua casa.
Mudo de
assunto, porque a explicação não tem que ser dada a mim, mas sim à Cidade de
Porto Alegre. E a forma mais convincente para explicar é fazer a água chegar na
pena da nossa gente.
Tive o
desprazer de ver que alguns fatos acabam comprovando algumas afirmações que
tenho feito. Lamentavelmente, na última segunda-feira, a Cidade amanheceu
impactada com os acontecimentos que envolveram aquele motorista de táxi que foi
vitimado por seus assaltantes. O Presidente do Sindicato dos Taxistas fez
reiteradas manifestações pela imprensa, apontando que o uso do cinto de
segurança, naquelas condições, reduziu a defesa do motorista contra seus
assaltantes.
Estou
comentando isso, porque, desde de novembro, tenho recebido reiteradas
manifestações de motoristas de táxis, de populares que têm sido, durante a
noite, vítimas de assaltos, quando se encontram absolutamente impossibilitados
de defesa, eis que, amarrados pelo cinto de segurança, cujo uso nas estradas eu
proclamo a necessidade, mas que não entendo como necessário para esse trânsito
de Porto Alegre, onde, por lei, ninguém pode ultrapassar a velocidade de 80
km/h.
Esse fato
renova a minha convicção de que o Projeto de Lei, que não foi votado em 1995,
mesmo sendo incluído na Pauta da convocação extraordinária, deva ser urgentemente
votado por esta Casa. Por isso quero anunciar que haverei de solicitar o
desarquivamento do Projeto e, cumulativamente, o exame em regime de urgência dessa
matéria.
Farei isso com
a consciência de que a proposta, que desobriga o uso do cinto de segurança no
horário entre às 22hs e as 6h, é um encaminhamento para a reabertura do debate.
Alguns pessoas perguntam o porquê de não desobrigar o dia todo. Essa é uma
posição que eu respeito desse colega, se ele entender, de emendar o nosso
Projeto de Lei, que o faça, é uma prerrogativa que ele tem, e nós, certamente,
haveremos de acolhe-lo. Pretendemos, com esse Projeto de Lei, além de cobrir
essa faixa de tempo, onde mais gravemente se faz presente a necessidade de não
ocorrer essa obrigatoriedade, mas sobretudo se faz uma tentativa de reabrir a
discussão sobre o assunto que foi objeto de aprovação da Casa no ano de 95, sob
o impacto de acontecimentos nacionais, de fatos que se registravam na Cidade de
São Paulo e, passados a este Legislativo como sendo de um grande avanço, tipo
algo que era praticado no primeiro mundo. Como sabe o Ver. Dilamar Machado, já
disse desta tribuna, ele que andou há poucos nos Estados Unidos da América, que
lá não existe essa obrigatoriedade, essa imposição, mas, sim, é um problema da
consciência do cidadão, e que ele o faz, quando achar conveniente e nas
condições que entender adequadas. Por isso vou voltar ao assunto oportunamente.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Dilamar Machado está com a palavra.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, volto à tribuna para dar seqüência a uma discussão feita na semana
passada que, do meu ponto de vista, é um grande golpe que está sendo praticado
na Cidade contra pessoas, todas elas pobres, e tem como autor da façanha um
Conselheiro Tutelar de Porto Alegre, homem que teve cerca de mil votos na
Cidade para se eleger Conselheiro Tutelar. Seu nome: Alceu Rosa da Silva,
conhecido de muitos, acredito que praticamente de todos nós. Ele está vendendo,
para 1.500 pessoas, pelo conhecimento que tenho, ele já vendeu terrenos em
Porto Alegre e em qualquer lugar do Planeta, segundo contrato assinado. (Lê.)
“Pelo presente instrumento e na melhor forma de direito, a Cooperativa Habitacional
Metropolitana de Porto Alegre, com sede nesta Capital, sita à Av. Baltazar de
Oliveira Garcia, 4735”. Aí inicia a picaretagem, nesse endereço não existe
nenhuma sede de Cooperativa Habitacional Metropolitana de Porto Alegre, existe
um bar com minisnoker, não tem nada a ver, o endereço não existe. “Neste ato
representada pelo Sr. Alceu Rosa da Silva.....” que é Conselheiro Tutelar no
exercício, na qualidade de promitente vendedor, se compromete a vender aos
promitentes compradores abaixo assinados... “E aqui vem a descrição completa do
imóveis:.....” um imóvel situado na região metropolitana, medindo 105m2
essa é a descrição do imóvel. É isso que as pessoas estão comprando.
O Sr. João Dib: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Parece a descrição do prédio apresentado pela Prefeitura Municipal
na Rua dos Andradas que diz que tem 16 pavimentos.
O SR. DILAMAR MACHADO: Não conheço, Vereador. Em
primeiro lugar; região metropolitana compreende toda a Porto Alegre.
O Sr. Henrique Fontana: V. Exa. me permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Estou percebendo a grande sede oposicionista do Ver.
João Dib com relação ao prédio da Rua dos Andradas.
O SR. DILAMAR MACHADO: Tem mais, as condições de
venda, o promitente vendedor aliena, a cada um dos promitentes compradores, a
fração ideal equivalente a 105m2. Em 105m2 não é possível
construir uma casa em qualquer lugar do planeta. Um terreno popular deveria ter
10 m2 por 25m, são 250 m2, 105 m2 pode ser 2m
de frente por 50m de fundo. Pelo preço total de 350 reais de entrada.
Informaram-se, hoje pela manhã, que cerca de 1.500 pessoas já entregaram 350
reais como entrada por este terreno, gente que entrou em férias, fez acordo
para tirar o FGTS, 350 reais, multiplicados por 1.500, dá mais de seiscentos
mil reais. Depois há mais cinco prestações de cinqüenta e cinco reais cada, e
mais sessenta meses de dez por cento do salário mínimo. Depois, ele explica
porque paga mais sessenta meses a dez por cento do salário mínimo. Cláusula 3a
: “Declara a promitente vendedora que o imóvel objeto está livre e desembaraçado
de quaisquer ônus ou hipotecas, dívidas civis, comerciais ou fiscais”. Cláusula
5a : “Cada promitente comprador receberá escritura definitiva de
compra e venda da fração ideal adquirida, correndo a despesa, impostos de
transmissão e emolumentos de cartório por conta dos mesmos. O não pagamento
rescinde o contrato e o comprador perde os valores em favor da promitente
vendedora”. Cláusula 10a : “A fração ideal adquirida será demarcada
imediatamente de comum acordo com as partes contratantes”. Cláusula 12: “Após a
quitação do imóvel pelo promitente comprador, fica a preferência de compra para
a cooperativa”. Depois há aqui um documento que se chama termo de compromisso
que é um primor de vigarice.
Agora vem o que
é mais grave. Lamento que o Ver. Edi Morelli não esteja aqui neste momento,
porque lhe interessa ouvir este assunto, até para alertar o Deputado Sérgio
Zambiazzi, porque o seu Alceu Rosa, ao receber os trezentos e cinqüenta reais
de cada promitente comprador, comunicou que, num determinado dia que já passou,
pela loteria federal seria sorteado um automóvel Corsa zero quilômetro entre os
compradores. Quando foi divulgado o resultado da loteria, o Sr. Alceu chegou
à conclusão mágica de que havia um
equívoco, porque três pessoas ganharam, então ele não pôde entregar o Corsa,
transferindo, Ver. Edi Morelli, para o próximo domingo.
Preste atenção
V. Exa. que é amigo pessoal e companheiro de Partido do Deputado Sérgio
Zambiazzi, que também é meu amigo pessoal. Ele está fazendo reuniões num
terreno, Ver. Zanella, que nós, e provavelmente o Ver. Pujol, que dirigimos o
DEMHAB, conhecemos, ali próximo à VAP, na Protásio Alves, à esquerda para quem
vai em direção a Viamão. Lembro que, na época em que eu dirigia o Departamento,
esse era um terreno em que era possível abrigar ali dois mil lotes populares.
Acredito que os atuais dirigentes do DEMHAB tenham esse processo lá. Ele se diz
dono desse terreno, leva as pessoas no domingo pela manhã para lá, sobre numa
figueira e de lá ele discursa. Ele prometeu, Ver. Edi Morelli, para a
população, lograda por ele, no próximo domingo, com a presença do Deputado
Sérgio Zambiazzi, finalmente fazer o sorteio, agora não mais pela centena, mas
pelo milhar da Loteria Federal. Claro, centena vai dar mil números, o milhar
vai dar 10 mil números. Imaginem, a 350 cada um. Eu tenho a absoluta convicção
de que o Deputado Zambiazzi não vai entrar numa fria dessas. Mas ele anda com
duas pessoas que se dizem assessores pessoais do Deputado. Ele está miseravelmente
enganando essa população. Eu já tenho, aqui, o nome de algumas pessoas que já
foram lesadas. Isto, no Código Penal, é 171, é estelionato.
O que nós
precisamos é trancar a ação desse cidadão, primeiro, através do Conselho
Tutelar, porque ele foi eleito para dedicar tempo integral às crianças de Porto
Alegre na sua Microregião do Conselho Tutelar, onde, provavelmente, ele não
está. Ele está vendendo terreno que não existe. Este contrato é nulo de pleno
direito. O que nós queremos fazer é alertar as pessoas para que não entreguem
mais dinheiro para ele. E quero, imediatamente, na quinta-feira próxima, na
reunião da CUTHAB, comparecer e entregar os documentos que tenho para que se
chame o Sr. Alceu Rosa aqui na Câmara Municipal e para que ele entregue a esta
Casa os documentos que o autorizam a vender estes terrenos e se essa
Cooperativa existe, aonde existe e vamos tentar a relação dos lesado.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Dilamar Machado, acho que V. Exa. está chovendo
no molhado. Eu fiz a mesma denúncia, lá na Restinga, com a Cooperativa chamada
Coopertinga. Fiz dois, três discursos, entreguei uma cópia ao representante do
Sr. Prefeito Municipal, mandei um Pedido de Informações e a resposta que me veio
da Prefeitura foi de que não é função da Prefeitura fiscalizar Cooperativas,
dizendo que é usual vender terrenos e prédios ainda na planta sem que tenha
esta definição. Então, a sugestão que eu lhe dou é mandar para a Justiça, para
a Coordenadoria das Promotorias Criminais, porque, com a Prefeitura, V. Exa.
não vai arrumar nada. Os da Coopertinga foram presos, sumiram 75 mil reais e
não aconteceu nada, as pessoas, agora, depois de três meses de prisão, saíram e
o dinheiro foi embora.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, consulto V.
Exa. se posso usar o tempo de Liderança do PDT?
O SR. PRESIDENTE: Sim.
O SR. DILAMAR MACHADO: Eu lamento, Ver. Fontana,
mas eu compreendo, acho que o Ver. Zanella está correto por um lado, equivocado
no caminho. Efetivamente, Ver. Zanella, nós dirigimos o Departamento, não é
missão da Prefeitura, nesse caso, fiscalizar vigaristas, isso é missão da
polícia, da delegacia de defraudações e da Coordenadoria das Promotorias
Comunitárias. Eu agradeço a lembrança de V. Exa. e relembro que no último
discurso, acho que V. Exa. estava ausente, eu comuniquei que entregaria esses
documentos à CUTHAB e encaminharia ao coordenador das Promotorias Comunitárias
para que tome a ação judicial competente.
É evidente que isso a gente aprende nos primeiros meses do curso de Direito, o estelionatário é o criminoso mais habilidoso que existe, a conversa dele é suave. Aliás, eu conheço a figura, o Sr. Alceu Rosa, ele fala macio, fala grave, fala com carinho. Eu imagino a figura dele, um negrão de 2m de altura, subido numa figueira como Jesus Cristo no meio do povo conduzindo as pessoas.
Perguntei para
alguns cidadãos: “Mas, como vocês entram nessa?” Pobre é uma contingência
social, mas não pode ser burro, não pode ser ingênuo. Como compra um terreno de
100 m2 em um lugar que não existe? O que eu pedi às pessoas que aqui
vieram que espalhassem na comunidade para não pagar mais nada para ele, que
procurem tomar o dinheiro de volta e que no próximo domingo tomem alguma medida
e digam: “O mínimo que o Senhor tem que fazer, antes de subir na figueira, é
nos mostrar a escritura desse terreno”. Procurem no Cartório de Registro de
Imóveis quem é o legítimo proprietário, até
acho que é a Predial Agrícola, não tenho certeza, não lembro se foi em
1988 que lidei com esse processo. É um enorme de um terreno, havia, inclusive,
um projeto de implantação de setores do DMLU. Íamos aproveitar a implantação de
habitações populares, seria em grande parcela para servidores humildes do DMLU.
De qualquer forma, acho que é obrigação da Câmara Municipal e também da
Prefeitura, não que seja dever da Prefeitura fiscalizar a ação de vigaristas,
salvo quando se tratar do serviço público.
Aquilo que o
Ver. Isaac falou, que o Ver. Fontana falou, é uma realidade, tem que ser em
conjunto a solução. Eu lembro ao companheiro Fontana que, quando dirigia o
Departamento, fiz tudo que pude fazer e deixei encaminhado com o dinheiro da
União, da Caixa Econômica Federal, é o caso da melhoria da Vila Santa Rosa,
toda essa alteração que se fez na Grande Cruzeiro, remoção, reajustamento da
Grande Cruzeiro, habitações populares feitas através da SIAC, o conjunto
Sarandi, tudo o que está feito na Restinga, na Nova Gleba, foi tudo com
dinheiro federal; e o governo do Estado, quando ali estive em 1994, repassou
recursos através do Fundo Social da Habitação daquele famoso 1% do ICMs para
que a Prefeitura de Porto Alegre desse seqüência a alguns projetos
habitacionais: é evidente que não cabe à Prefeitura de Porto Alegre a solução,
ela é parte integrante, tem que ter a política de solução. Agora, o que não podemos
permitir é que, num momento de crise, uma pessoa como esta zombe, maltrate,
roube das pessoas pobres, Ver. Morelli, e que não use o nome de pessoas de bem
como é o caso do Deputado Sérgio Zambiazzi, ele está sendo usado, está sendo a
bandeira do “seu” Alceu Rosa, eu não sei, mas me parece que ele deve estar
filiado ao PTB, e provavelmente, amanhã, será um futuro candidato a ser nosso
colega, aqui, na Câmara Municipal, já foi filiado ao PDS, acho que ele até foi
filiado ao PDT, no tempo que o Collares era Prefeito. Ele é uma espécie de
cortiça política que está sempre boiando de acordo com as circunstâncias.
Então, o que eu
peço ao Ver. Morelli, que antes de ser um parlamentar é um repórter, e um repórter
de polícia, e que embora não bacharel em direito, mas já está sentindo que é um
grande golpe contra centena, milhares de pessoas pobres, que procure junto ao
Deputado Sérgio Zambiazzi evitar que ele use o nome do Deputado como bandeira
de um projeto, absolutamente fajuto, falho, vigarista, perigoso, que está lesando
pessoas extremamente pobres, que estão se desfazendo de seu pequeno patrimônio
financeiro, vendendo férias. Disse-me há pouco, aqui, um dos lesados: “olha, a
minha cunhada está praticamente passando fome, porque o dinheirinho que ela
tinha deu para ele, porque o sonho dela é ter um terreno, uma casa própria”.
Então, com
estes documentos, espero que a nossa Comissão CUTHAB chame este cidadão aqui para ouvi-lo, chame alguns lesados para
registrar o seu prejuízo, e que a Coordenadoria das Promotorias Comunitárias
haja como vêm agindo, prontamente, sustando a seqüência desse golpe,
enquadrando este cidadão como qualquer deliqüente deste País. Acho que pobre
que rouba de pobre é o pior ladrão que existe, porque, além de ser ladrão, é
injusto com a população mais humilde da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Edi Morelli está com
a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu não ia
usar a palavra, tanto que cedi meu tempo ao Ver. Reginaldo Pujol, a quem pedi
que me substituísse na Presidência dos trabalhos, em virtude dos
acontecimentos.
Ver. Dilamar
Machado, V. Exa., como meu colega de microfone, sabe que nossos nomes são usado
sem autorização, como está sendo usado – e o é com freqüência – o nome do
Sérgio Zambiazzi. Informo-lhe que ele não estará presente domingo, nessa festa
do Alceu Rosa, porque está viajando, sexta-feira, para Cuba, em companhia do
Sr. Governador do Estado. O “Seu” Alceu Rosa foi realmente filiado ao PDS, ao
PDT e, agora, infelizmente, está no PTB. Mas, pode ter certeza de que
providências serão tomadas, a partir do momento em que eu descer desta tribuna.
Quero
aproveitar minha presença nesta tribuna para falar sobre o Código de Posturas
do Município, tão falado e que não é respeitado. Há um desrespeito violento ao
Código de Posturas do Município.
Há alguns galos
de rinha no Jardim Botânico que o Código de Posturas quer que o homem torça os
pescoços dos bichos e coloque numa panela, porque não pode criar galos de
rinha. Mas, o Código de Posturas também proíbe aquela verdadeira cachoeira que
se forma com a água do ar-condicionado que cai na calçada. Mas, o Código de
Posturas não é respeitado nem pela própria Prefeitura em Porto Alegre. Na Rua General
Vitorino, o prédio onde está localizada a Instituição Comunitária de Crédito,
os aparelhos de ar-condicinado despejam a água toda na marquise e, pela lateral
despeja na calçada, uma verdadeira cachoeira; ali é ponto terminal de lotações,
e as pessoas têm que fazer a volta, quando tem lotação, pelo meio da rua para
passar 20 centímetros, que é a cachoeira formada pela água dos aparelhos de
ar-condicionado.
É um órgão da
Prefeitura, e a própria Prefeitura desrespeita o Código de Postura. No próprio
prédio da Prefeitura existem aparelhos de ar-condicionado despejando água na
calçada. Por toda a Cidade de Porto Alegre, onde se passe, existe o despejo de
água do ar-condicionado. Onde está a fiscalização? Onde está o respeito ao Código
de Postura? Para que Código de Postura? Fala-se que a lei é para ser cumprida,
mas se os próprios órgãos que têm a fiscalização não respeitam as leis, esperar
que alguém vá cumprir a lei, como? Tem que cumprir, porque lei foi feita para
ser cumprida. Cobrar de quem, Ver. Henrique Fontana, líder da Bancada do PT?
Meu amigo Adaucto? Espero que alguém do PT responda. Possivelmente amanhã, no mês ou ano que vem.
No que diz
respeito à venda dos terrenos na restinga, Ver. Artur Zanella, COOPERTINGA, eu
fui procurado pelo cidadão e a senhora que são da Cooperativa e me fizeram
algumas colocações que eu ouvi. Tinha conhecimento através da imprensa,
inclusive, V. Exa. disse há pouco que foi denúncia feita por V. Exa. e, por
isso, eu disse que tomei conhecimento pela imprensa. Fui procurado, na semana
passada, por um senhor e uma senhora que vieram, hoje, novamente, falar comigo.
Eu não posso tomar uma decisão tendo conhecimento, apenas, de uma das partes.
Os senhores disseram-me que existe um proprietário para aquelas terras, e que
existe um oferta de venda, e que eles estão interessados em adquirir e, sendo
assim, eles podem fazer o loteamento que bem entenderem. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador é o Vereador Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu não pretendia tratar desse assunto, mas o Ver. Edi Morelli disse
que os proprietários da COOPTINGA estão aí, e dizer que eu entrei nesta
questão, porque li na imprensa e também recebi um telefonema da delegacia de
policia, da zona, e me diziam que tinham identificado o problema lá existente
com as terras. O Ver. Morelli define bem; pois, depois de comprado um terreno,
a pessoa pode, eventualmente, fazer um loteamento. Na época, Ver. Morelli,
aquela área era rural, não era uma área loteável, mas agora, com a alteração
havida no Plano Diretor, eu acredito até que aquela área pode ser loteada.
Então, comprado o terreno, o loteamento feito pela Prefeitura, autorizado, tudo
bem. Só que, naquela época, não tinha nem terreno, e nem Plano Diretor permitia
a construção.
Eu queria,
também, tratar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de três assuntos. Um é do
Hospital Parque Belém, para que as pessoas digam depois que não foram alertadas
e que não sabiam. Neste momento deve estar se realizando uma reunião lá no Parque
Belém, entre a Secretaria Municipal de Saúde e os diretores ou representantes
do Hospital Parque Belém. Amanhã às 19h ou 19h30min, o Conselho Municipal de
Saúde abriu uma “janela” de 15 minutos para receber o pessoal da Restinga que
vai tratar do assunto, que está sendo tratado, teoricamente, de maneira
adequada, isto é, consultando a comunidade, vendo isso ou aquilo. Agora, a
posição do Hospital Parque Belém, prestada em reuniões à comunidade e declarada
a mim, é que, se a Prefeitura continuar com o sistema de glosa, de redução dos
valores apresentados pelo Parque Belém, no dia 15, ou seja, dentro de oito
dias, o Parque Belém retira a emergência noturna da Restinga, e a posição da
Prefeitura é que, se retirar a emerg6encia noturna, tem que retirar tudo porque
vai contra o contrato da Prefeitura.
O Sr. Henrique Fontana: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Uma glosa de pagamento de AIHs ou de atendimento
ambulatorial de um determinado serviço de saúde ocorre por algum motivo. Ou o
prestador de serviço comprova que o motivo que glosou aquele recurso era
inadequado e injusto, ou ele tem que ser glosado mesmo. O que não podemos
admitir é que um prestador de serviços com recurso público faça uma chantagem
com o poder público dizendo: eu cobrei mal, eu manipulei a forma de cobrança,
fui glosado e agora ameaço fechar o serviço se fizeram a glosa. Nós temos que
esclarecer por que foi glosado, se foi certo ou não e não aceitar esse tipo de
chantagem que o Hospital Parque Belém está querendo fazer para ficar de bem com
a população enquanto, eventualmente, pode estar utilizando mal um recurso
público.
O SR. ARTUR ZANELLA: Então, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, daqui a oito dias o assunto se resolve. Eu não sou representante,
evidentemente, do Parque Belém, mas queria dizer que os procedimentos que foram
glosados eram utilizados desde 78, 79. E o Parque Belém alega que gasta 50 e
poucos mil reais e recebe 32 mil reais e que tem atrasadas do ano passado,
ainda dentro dos antigos critérios. Houve quatro reuniões da comunidade e,
nessas quatro reuniões, sempre aparece um representante da Prefeitura, agora
uma moça que fala extremamente bem, por sinal, a Dra. Jane, mas que não há nada
com ela, ela é socióloga, então ela não controla contas, ela não é médica e ela
diz que estão estudando, assim como diz o Ver. Fontana. Então, espero que não estudem
a partir do dia 16 com a “emergência” fechada.
O segundo
assunto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é extremamente rápido. Às vezes,
crio alguns problemas falando aqui, porque nos tornamos amigos das pessoas, mas
o Dr. Bertotto veio aqui falar sobre o problema da rodoviária e ficou de comunicar
a esta Casa as providências e as alterações. Não fez absolutamente nada disso,
está hoje implantando e há uma confusão onde os carros estavam trancados até
aqui na Câmara Municipal, aqui na frente tinha carros trancados por causa da
alteração da rodoviária. Mas isso não é o problema, o problema Ver. Morelli,
vai ocorrer quando der um acidente na rodoviária, quando descer uma senhora do
interior que não sabe andar em Porto Alegre, vai encontrar pistas dos dois
lados, onde a pessoa, para atravessar a rodoviária para o outro lado, vai ter
que ir lá na Av. Júlio de Castilhos, fazer a volta por tudo para andar vinte
metros, mas tubo bem. Agora, não digo o desrespeito, mas o esquecimento do
Secretário de todos os compromissos que ele teve conosco de nos informar sobre
o assunto
E por último,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, V. Exa. Ver. Morelli, queira ser o meu
porta-voz junto ao Ver. Isaac Ainhorn Presidente desta Casa. O Ver. Isaac
Ainhorn está dizendo para diversas pessoas, inclusive para mim, que vai
descontar dos vereadores parte dos seus salários, porque eu, Artur Zanella,
havia pedido isso. Então o que eu quero dizer, Ver. Edi Morelli, vou dar-lhe a
cópia para eventualmente levar à Mesa, que o Ver. Isaac Ainhorn, apesar de
alertado, continua a laborar em equívoco, o que eu disse e digo novamente, e
não hoje, que aconteceu o fato, que estava acontecendo é que, na Comissão
Representativa, os líderes falavam, e quando entrava na Ordem do Dia, se
retirava todo mundo, encerrava-se por falta de quorum e aqueles Vereadores que
não eram líderes não falavam. Em segundo lugar, eu citava o exemplo, o Ver. Dilamar
Machado e eu, que aliás não temos nenhum cargo na nossa Bancada, o Ver. Dilamar
Machado e eu tivemos a honra de sermos indicados para a Comissão Representativa.
Nós abrimos mão das nossas férias. Estamos aqui todas as 4a s e 5a
s feiras; outros colegas jamais apareceram.
Eu perguntava,
naquela época, e pergunto o que aconteceria, porque à Casa está em recesso, as
pessoas não vêm. Eu não mandei glosar, não mandei cortar salário de ninguém.
Quem corta salário é a Mesa, o Presidente da Casa. Referi-me nominalmente ao
Ver. Antônio Hohlfeldt a quem vou mandar cópia dessa comunicação, perguntando
se no momento em que o Ver. Antônio foi ao Chile com autorização desta Casa, se
não diminuía o quorum necessário para abertura dos trabalhos, das comissões,
como vai acontecer com a Vera. Clênia Maranhão, semana que vem. Que alguém
tenha seu salário cortado, não é causa da minha intervenção. Eu não tenho nada
a ver com isso. Não sou da Mesa, não sou presidente da Comissão, não sou líder,
não sou Vice-Líder, nem o Ver. Dilamar Machado o é. Eu soube das
Vice-Lideranças do meu Partido por vias transversas, porque até hoje não me
comunicaram quem são os Vice-Líderes da minha Bancada.
Então, eu
estou, não sei se o Ver. Dilamar Machado está, como se diz na gíria, “na
minha”. Eu só queria saber o que acontece, em termos de quorum, porque existem
pessoas que fazem parte da Comissão Representativa, foram indicadas para a Comissão
Representativa e não vêm. Essa minha pergunta foi ocasionada por uma situação
que, hoje, se corrigiu, que era a situação de as lideranças falarem e, quando
precisavam do quorum para a Ordem do Dia, nós tínhamos, como tem agora, nesse
momento, quatro Vereadores no Plenário.
Se o Vereador que preside os trabalhos neste momento quisesse encerrar os trabalhos, ele o faria. Não vai fazer porque é uma pessoa democrática. Estão aqui os Vereadores Edi Morelli, Henrique Fontana, Dilamar Machado. Não estou criticando ninguém, não sou corregedor de ninguém, mas me parece que, quando uma pessoa viaja, representando esta Casa, diminui o quorum. Não se pode contar o quorum de dezessete, quanto tem dois, três Vereadores, representando a Casa, em viagem, no caso da Vera. Clênia Maranhão, acompanhando o Governador do Estado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Ver. Artur Zanella, nós só
não encerramos antes os trabalhos, para dar a V. Exa. a oportunidade de exercer
o seu direito de se manifestar por 10 minutos.
Não há mais
nenhum Vereador inscrito e as Bancadas representativas já usaram o espaço de
Liderança.
Estão
encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Reunião às
12h.)
*****